Muitas de nós sentimos no nosso coração o apelo de nos tornarmos Sacerdotisas da Deusa. Lembro-me da excitação com que há anos acolhi essa possibilidade e nunca me arrependi de ter dito sim a esse chamamento da Deusa, numa busca por mais sentido e significado para a minha vida.
Realizar cerimónias, que permitem que nós mesmas e outras pessoas sintam, experienciem, a presença profundamente curadora e transformadora da Deusa, é algo que preenche a nossa alma como acredito que pouco mais coisas nesta dimensão consigam. Vamos para lá dos nossos interesses pessoais, lidamos com, acrescentamos a esta dimensão a do sagrado. E isso é profundamente transformador, gratificante e sério e muito belo.
Esta é uma função que não nos impede de vivermos a vida como pessoas comuns, apenas o fazemos com maior consciência, acredito, ou pelo menos trabalhando para isso, para irmos ganhando cada vez mais consciência e sentido de responsabilidade pela vida em geral, pelo planeta, pela justiça, pelo bem maior.
Muitas de nós trazemos memórias de outras vidas em que pudemos servir a Deusa, memórias que estes tempos em que vivemos, felizmente, têm vindo a criar condições para que possam despertar e ativar-se. É óbvio que o fazemos a partir da nossa condição de mulheres da actualidade, e que, quando concretizamos a nossa dedicação à Deusa, estamos apenas fazendo a nossa iniciação num caminho de desenvolvimento pessoal e espiritual com algumas milhas a percorrer no sentido duma melhor gestão das questões do ego, do desenvolvimento da compaixão, da intuição, da abertura de coração, de apuramento da nossa ética, da redução da nossa pegada ecológica, de envolvimento nas questões de justiça social e ambiental, etc.
A função de Sacerdotisa é uma função que apela muito à nossa alma também pelos elementos com que lidamos, por lidarmos com o belo, a arte, as artes, os ofícios, a própria arte de nos vestirmos e de usarmos enfeites e acessórios que sempre distinguiram aquelas que serviram e servem a Grande Deusa nas várias culturas do mundo. Acessórios que nos permitem deixar de parte a nossa identidade e atividade normais e entrar num outro papel e função de servir e de incorporar a Deusa.
Naturalmente, voltamos a sentir-nos criativas como na adolescência e temos agora a mais profunda motivação para realizarmos com as nossas mãos itens que muitas vezes já amávamos fazer mas não tínhamos razão suficiente para isso. A Deusa entretanto dá-nos esse propósito e motivação, e isso traz-nos muita alegria e sentimento de realização e de expansão. Sentimo-nos mais vivas, mais presentes na vida, mais ousadas, mais talentosas e habilidosas; partes de nós adormecidas são como que ativadas e o nosso quotidiano ganha outra amplitude e dimensão..
Ser Sacerdotisa não é perder nada da vida, muito pelo contrário, é acrescentá-la e ampliá-la.
Pelo Samhain recomeçamos a formação. Ainda restam vagas para a Primeira Espiral de 2022-2023. Contacta-nos: jardimdashesperidestemplo@gmail.com
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